Mangalarga, Cavalo Nacional – O Início
Cavalo de Viajar a Cavalo
Por Jacira Omena
Para começarmos a falar sobre a origem do cavalo Mangalarga, voltamos um pouco a “antiguidade”, e logo seguimos através da história da colonização do Brasil, também.
Na origem dos cavalos Mangalarga, como de todas as outras raças nacionais, como o Campolina, está o Cavalo Ibérico trazido para o continente na primeira hora para São Vicente, e logo depois para Pernambuco, por volta de 1534.
Mas de que cavalo Ibérico estamos tratando?
O Ibérico foi o cavalo resultado de cruzamentos de animais de várias origens, não só da península Ibérica, mas também de possessões portuguesas.

Gravura: Wikipedia.org
A forte influência árabe no sul da Espanha devido a 7 séculos de invasão fez dos cavalos Berberes e Árabes as mais fortes influências na formação do cavalo ibérico.
Originário do Marrocos, o Berbere caracteriza-se por ser ágil, veloz e resistente, e tem grande participação na formação de várias raças europeias, juntamente com o árabe.

Gravura: Wikipedia.org
Os Cavalos Árabes têm a sua antiguidade confirmada pelo descobrimento de sua imagem em cama mortuária datada do século 16 A.C. Provavelmente, ocorreu na Ásia central, depois norte da África e Península Arábica. Sua genética formada nas areias insípidas do deserto é predominante sobre todas as raças, provendo resistência, rusticidade e elegância a todas elas.
O Cavalo Ibérico com todas essas características que o qualificava como o melhor cavalo europeu daquela época, apenas começou a mudar de nome no século 17, e criadores espanhóis e portugueses fizeram escolhas que definiram que tipo de características iriam predominar em cada exemplar originário dos dois países. Portanto, surgiram os Andaluzes e Lusitanos.
De uma forma ou de outra, o cavalo se caracterizava por sua musculatura marcante, andamento elegante, linda aparência, grande habilidade, agilidade e capacidade de aprender manobras.
Alguns passos para aprimoramento da raça foram dados por membros da Coroa Real Portuguesa. Três deles são destaques:
– Autorização por D. João V, em 1736, para que criadores portugueses pudessem adquirir garanhões reais e intensificar cruzamentos para a melhoria da raça.
– Em 1748, foi fundada a Coudelaria de Alter do Chão, no Alentejo. Grande importância na história do Mangalarga (guarde esse nome).
– Em Lisboa foi erguido, em 1762, o Picadeiro Real para abrigar a Escola de Artes Equestres de Portugal, com a finalidade de criar uma linhagem especial de cavalos para equitação e uso dos reis e nobres.
Mas, o período entre 1751 e 1757 foi determinante na formação de uma raça genuinamente portuguesa. Chegaram em torno de 300 éguas andaluzes selecionadas nos melhores criadouros espanhóis. Nos anos seguintes, os cruzamentos selecionados com os garanhões Ibéricos do Picadeiro Real deram origem a nobre raça Alter-Real. Famosa por sua coragem e grande adaptação aos ensinamentos do adestramento.
Guardar esse nome é da maior importância para acompanhar a história do desenvolvimento da raça manga-larga – Alter-Real.
Veja o porquê nos próximos textos a serem publicados aqui sobre a história do nascimento da mais popular raça nacional.
Fonte:
Manga-larga Marchador do Brasil – O livro.
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