Botas: Equipamento Necessário ou Peça Fashion?
Equipamento ou peça fashion? Sei que há muito as botas transcenderam a sua função original de calçado e proteção para os pés durante a lida no campo. Da lida, foi para o esporte, que a propagou para a onda festiva, de moda e estilo nos grandes eventos equestres e rurais. É o mundo do hipismo, rodeio e provas de habilidades que ditam a moda. O estilo country saiu do campo e foi parar na passarela e nos palcos da vida com os cantores sertanejos.
Sei que há muito as
botas transcenderam a sua função original de calçado e proteção para os pés
durante a lida no campo.
Da lida, foi para o esporte, que a propagou para a onda festiva, de moda e estilo nos grandes eventos equestres e rurais. É o mundo do hipismo, rodeio e provas de habilidades que ditam a moda. O estilo country saiu do campo e foi parar na passarela e nos palcos da vida com os cantores sertanejos.
No dia-a-dia, independente de uma grande fartura de modelos, estilos e materiais, continua mantendo a principal função original – PROTEÇÃO.
Vejam o que escrevi sobre botas no meu livro – VIAJAR A CAVALO: UM GUIA PASSO A PASSO.
BOTAS (BOOTS) – é um equipamento de proteção pessoal, apesar de, muitas vezes parecer um item de moda do vestuário.
É muito importante o uso de sapatos apropriados enquanto se lida ou se monta um cavalo.
Um bom par de botas deve proteger os pés de objetos contundentes e pisadas e evitar que os mesmos deslizem através do estribo.
Para isso, não pode ser de um material pouco resistente; deve ter um solado aderente e um salto entre 2,5 e 3,5 centímetros.
As botas de cavalgar diferem em:
MATERIAL - são fabricadas em materiais diversos: couro natural, canvas, e sintéticos. Diferem em conforto, durabilidade e cuidados de manutenção.
ESTILO
WESTERN – tem salto alto e estreito. Parte da frente ligeiramente pontuda e às vezes com ponteira de metal. O solado é tradicionalmente de couro e não de borracha. Não tem cadarço ou fecho. E, com frequência, vem com fivelas e outros adornos. Pode ser de cano longo ou até a altura do tornozelo. São encontradas também com altura de cano até o meio da perna, mas é mais estilo de moda do que de propriedade prática, pois não exerce toda proteção necessária, e impede o uso de perneira.
INGLÊS – dentro dessa denominação de estilo cabem vários modelos utilizados na prática de equitação em competições e nos momentos de lazer. No turismo equestre, as botas estilo inglês utilizadas são as de salto baixo e mais quadrado. Parte da frente arredondada. Solado de couro ou de borracha, macio e com ligeira aderência. Quando de cano alto, têm fecho na parte detrás ao longo de toda a perna, ou cadarço frontal sobre o peito do pé. As de cano curto, na altura do tornozelo são chamadas de Paddock quando com cadarços frontais; ou Jodhpurs as com zíper no peito do pé; e, Chelsea quando com elásticos em ambas as laterais das botas.
TAMANHO DO CANO
LONGO – em vários materiais e estilos, as botas de cano longo são utilizadas largamente por oferecerem segurança e proteção. Em algumas atividades que necessitam de maior flexibilidade de tornozelo elas têm uso mais limitado. E, nas viagens, por seu volume maior e necessidade de acondicionamento apropriado são muitas vezes também preteridas. São utilizadas com diversos tipos de calças, mas se adequam melhor às bombachas, Jodhpurs e Breeches.
CURTO – muito versátil dentro de uma gama de atividades. Oferece uma leveza e flexibilidade pedida em muitas práticas equestres. Seu tamanho é muito bem-vindo na hora de empacotar os pertences para se deslocar por trilhas. Porém, não oferece o mesmo grau de proteção de uma bota cano longo e, por isso, é frequentemente utilizada em companhia de perneiras. São combinadas com os mais diversos tipos de calças, sem restrições, à exceção das Breeches.
TAMANHO DO SALTO –
tem importância apenas quanto à necessidade de prevenir o deslizamento do pé
através do estribo e, para isso deve ter no mínimo entre 2,5 e 3,5
centímetros. Já existe no mercado tipos
de estribos com mecanismos que evitam esse tipo de evento. Tradicionalmente, os
estribos eram fechados na parte da frente por artefatos de couro, tapaderos, o
que serviam para o mesmo propósito.
TIPO DE SOLADO – são recomendados solados macios e com certa aderência. Solados completamente lisos facilitam a passagem do pé através do estribo na hora de montar e desmontar. Mas, por outro lado, facilita o seu deslizamento completo através dele, principalmente em botas com saltos muito baixos. Além disso, durante as trilhas, muitas vezes há a necessidade de se desmontar para atravessar trechos mais difíceis ou para trazer algum alívio para o cavalo em deslocamentos mais longos; e esse tipo de solado muito liso prejudica o caminhar por esse tipo de terreno pela mais completa falta de aderência.
TIPO DE FECHAMENTO – algumas botas não trazem nenhum tipo de fechamento, como as do tipo western. E, por isso, devem ser bastante ajustadas para que não dificulte o calçar e descalçar. Outras têm zíper na parte detrás, ou na lateral, ou ainda na parte frontal. E algumas apresentam cadarços na parte frontal. A escolha é pelo conforto e facilidade de uso.
Na hora de escolher o tipo de bota para levar numa viagem a cavalo, o mais importante é que não seja nova, que seja sua, que seja leve, que tenha o salto e solado apropriados e que não sejam muito largas para os estribos.
Pense no conforto, mas antes de tudo na segurança.
E devido a isso, apesar de lógico, vale a pena lembrar que alguns tipos de sapatos não são recomendados e devem passar longe dessa atividade. Como é o caso das alpargatas, botas de saltos muito altos, sandálias, tamancos, sapatos de borracha para jardim, tênis e sapatos para corrida.
Botas pesadas de escaladas e coturnos também não são adequados.
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Que calça usar?
A calça clássica de prática de equitação, o tão europeu culote, tem origem num país muito distante daquele continente, mas com uma estreita relação histórica. Conhecido também como JODHPURS e BREECHES, o culote da forma como se conhece surgiu na Índia.
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